Depois da chuva de sábado, espera-se
que o tronco de árvore perdido seja encontrado no rio, mas que as folhas espalhadas pelo vento virem pássaros que revoaram.
Depois da chuva de sábado, aguarda-se
que a vida numeral, cotidiana não se meta a sílfide, mas que lhe aliviem antiespasmódicos contra as cólicas, que sempre vêm.
Que os médicos possam receitar o estritamente necessário,
que os psicotrópicos não curem a alma, mas ajudem a trabalhar duro até a aposentadoria.
Que os querentes trepem lentamente com os putos e as putas,
que haja garotos de programa de serviço completo, inclusive a conchinha.
Com a chuva deste sábado, aguarda-se
que os desconhecidos dividam algo,
que a delicadeza suspenda, por um tempo, a hipocrisia.
que os homens se reencontrem por instantes, se acalentem
nas marquises, nos quartos, nos motéis,
sob viadutos e escadas.
Ana Claudia Abrantes
Um comentário:
Que vivam...
Postar um comentário