o amor, ao qual eu fico submisso,
me rói as unhas, me parte os cabelos pelo meio,
antes da raiz.
depois de muita melancia,
bota um monte de bosta, onde até as borboletas
vêm lamber açúcar.
não molho só os dedos na água de lavanda;
mergulho os braços até os cotovelos,
após tatear sua gordura.
então, com mãos cheirosas, espanando, afasto as moscas
da nossa cama.
Ana Claudia Abrantes