quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

acordados

forçar a língua para lamber à frente
é tanto inventar aspectos verbais impensados quanto conjugar flores do campo e orquídeas
num só arranjo.

criar e forçar.

sentir queimar a língua, alongando-a úmida, dói e arde.
elástica língua, como partes do corpo, berrando impropérios ou gemendo
acordos.
tensionar ao limite a distância espacial,
mas não romper a fibra.

solucionar o desfecho com a geografia de um de nós
aberta no sofá da sala.

.
.
.
.
.

passada a chave, nós dois.





Ana Claudia Abrantes

Nenhum comentário: