não é possível conter o avanço das cáries.
atrasar o relógio seria lúdico,
mas o corpo continua cansando
até a fadiga.
tento flashes e fotografias
para parar os dentes,
mas eles ainda escurecem
dentro da boca.
enquanto isso no fundo do rio
fazem força duas correntes.
elas se opõem e pesam.
é por isso
que o náufrago fica
ali para sempre.
Ana Claudia Abrantes
11 comentários:
Arcada dentária e naufrágio. Combinação inusitada, mas que valeu um ótimo poema!
Muito bom. É tudo inevitável.
Uau! Massa!
O tempo sempre enegrecendo os dentes e o nosso naufrago interno sempre tentando emergir mas sempre com correntes o empurrando com força para o fundo. Belissimo poema, simples, catartico e fantastico, como sempre, aliás. Parabéns, beijos..
quanta criatividade!
adorei, anna.
bjs meus
Caramba, Ana. Surtei com esse poema.
Bjo.
que lindo poema ...!
conheci teu blog hoje , daqui não saio mais !
um beijo , ana !
São os destroços do navio
que levam o náufrago à praia.
Meu, gosto muito de teus poemas. E este... tem algo de morte e apodrecimento... Muito humano.
Ana Claudia, se em minha boca as carias avançam, nos mares avanço eu. “Navegar é preciso” (Fernando Pessoa)
“Para o legítimo sonhador não há sonho frustrado, mas sim sonho em curso” (Jefhcardoso)
Jefhcardoso do http://jefhcardoso.blogspot.com
Gostei desse poema! Vou reler.Gostei dele inteiro. E os versos finais... Um poema que surpreende.
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