segunda-feira, 22 de junho de 2009

Unção extrema

Há uma taça em primeiro plano, à esquerda de Jesus. Esta é a mão com que Ele segura a mão do Pai, pois Deus só tem o lado direito aos melhores. Enquanto faz, com a direita, o juramento divino e, com a esquerda, segura a mão do Pai (que dizem só ter a direita, já que ninguéu ouviu falar sobre o Seu lado esquerdo), Ele não beberá da taça.
Depois, Deus o dá aos homens. Será quando Ele tomará aquele vinho com a esquerda. E, então, levemente ébrio, perdoará todos os nossos pecados.



Ana Claudia Abrantes
22/06/2009

6 comentários:

Nilson Barcelli disse...

Querida amiga, eu aprendi "Extrema unção"...
Que é dada pelo padre quando as pessoas estão mesmo para morrer.
Mas, pelo texto, nem sei se é a mesma coisa.
Bom resto de semana, beijo.

Ana Claudia disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Ana Claudia disse...

Oi, Nilson, tudo bem? Obrigada, mas é "unção extrema" mesmo. No caso, é e não é a mesma coisa. Mesmo assim obrigada! Que bom falar com você de novo!
Um beijo

maria disse...

todo os pecados são herméticos, só pelo fato de serem pecados?
todo poema é um pecado.
é uma renegação de futuro
de passado
de presente, talvez.
Renegar ou não...
depende do momento;
depende da maré!

;-)

beijos!
Ps: valeu pela visita lá no blog!

Fabrício disse...

Adorei esse! Sempre achei que fez falta um vinhozinho pra adoçar esse deus chato, ciumento, que achou legal deixar a galera torrando quarenta anos no deserto. Faltou cachaça ou terapia...mas o cara não era normal, não! Hehehehe.


É sempre tão legal ler o que você escreve. Escreves tão incrivelmente bem. Beijos, saudades de você e do seu excelentíssimo!

Ana Claudia disse...

Bem, Fabrício, seguindo esse pensamento, pode-se dizer que Ele deixou o pessoal que nem o Cordão do Bola Preta - sem sede... rsrs

Fabrício,
o meu excelentíssimo é um olhar brevíssimo sob minha entrelinha...

Maria Clara,
claro está que tens razão, maria, adoro teu nome, maria, maria, maré,
com fome queremos mastigar a terra inteira,
mas os poemas herméticos às vezes descem como bolo seco até serem ruminados e então amados talvez.
já os pecados, não importa o quão úmidos, sempre arranham no final.
por isso seriam tão tentadores;
é o ímpeto humano procurando:
vida e morte, prazer e dano.