Eu me porei na posição clássica.
Membros inferiores formando o menor polígono possível:
de bruços, uma das pernas levemente flexionada, a outra estendida,
o rosto inteiro quase enterrado no travesseiro,
os braços esticados para trás:
um ao longo do corpo, o outro com os dedos espalhados nas nádegas;
separá-las.
Eu não te darei o meu sorriso mais cândido
nem te direi as palavras mais sujas.
Apenas te falarei em húngaro
ou qualquer língua não latina:
"És a primeira e a última vez."
(Por aqui eu morreria de quatro
em várias línguas
melodiosas),
Por isso meu gemido será surdo
e te entronizo no universo dos meus punhos se abrindo em facas;
sou um bode cabeceando a porta.
Ana Claudia Abrantes
Um comentário:
Muito bom , meus parabéns.
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