sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O PREÇO DAS ROSAS E SEU VALOR

Domingo, 19:30 h. Início de mês. Lojas de flores fechadas, apenas o supermercado Carrefour aberto até 22:00h. Pretendia dar-lhe rosas na segunda-feira quando passasse. Procurei, então, o Carrefour, onde existe seção de flores para venda. Encontrei apenas mini-rosas vermelhas, lindas, abertas e em botão. Reservei uma roseira em minha posse e me encaminhei à caixa para pagar o seu preço: R$4,99. Todas as caixas estavam cheias com filas enormes; pessoas com carrinhos lotados que tornavam cada vez mais lento o atendimento nos caixas. Pensei em desistir, mas minha vontade era tanta de oferecer-lhe rosas que quis permanecer. Entrei em uma fila em último lugar e me dispus a aguardar, ostentando na mão uma única roseira. Senti que os demais integrantes da fila me olhavam, com certeza a pensar que se estivessem em meu lugar desistiriam.
Um casal muito jovem estava à minha frente, e, por várias vezes, eu os surpreendi olhando o meu vaso de rosas. Não resistiram e perguntaram: "Somente as rosas ? Por quê?" Menti. "Minha esposa, (sou viúvo), faz aniversário segunda feira. Quero dar-lhe estas rosas logo pela manhã".
A fila, muito lentamente, prosseguiu, e cerca de mais ou menos uma hora e meia após eu entrar nela, o casal que estava à minha frente terminou de ser atendido no caixa; antes de sair me disseram algo como: "Senhor, diga à sua esposa para valorizar muito essas rosas, pois somos testemunhas do tempo em que esteve nessa fila para pagar o seu preço, aumentando demais o seu valor, e este, pelo sacrifício, não foi somente o de R$4,99 que está marcado na etiqueta." Quanto ao valor, razão eles tinham, pensei.
Minha deusa não valorizou as rosas por mim compradas. Com sua ausência, mudando seu itinerário, impossibilitou que as rosas fossem ofertadas. Ouvindo esta história, muitos dirão: "Mas ela não sabia". Eu sabia, e sei. Aquelas roseira e rosas tinham valor que não se estima em moeda ou qualquer bem material. Representavam um sentimento inestimável, assim como era o seu valor : INESTIMÁVEL.



Autor: Aglimor (mais uma vez)

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