segunda-feira, 4 de abril de 2011

terço rasgado

tragam-me biscoitos amanteigados e vinho fresco
e eu os honrarei com vontade, como se fossem vinho e hóstia.
depois eles fermentarão por horas
e eu os espargirei com o diafragma, em jatos,
sobre a pia; são a náusea desses dias.

e a resposta às minhas orações
tem secreções que pingam
pelo ralo.




Ana Claudia Abrantes

3 comentários:

Nilson Barcelli disse...

Excelente.
Tens imenso talento poético (já o sabia, mas neste poema subiste bem alto...).
Beijos, Ana Claudia.

Lê Fernands disse...

mas não deixe de ter fé!



bjsmeus



ah, concordo com nilson.

Yan Venturin disse...

Meu Deus, me impressiono e aprendo mais a cada verso teu. Maravilhoso, como sempre. Beijos.