terça-feira, 26 de maio de 2009

pelas entranhas

pela epiderme se sente a temperatura,
mas pelas entranhas é que se mede a natureza.
pela epiderme é que unguentos aliviam,
mas nas entranhas se dão milagres, como os filhos.

na epiderme, os perfumes e os cheiros sem banho.
nas entranhas, a memória disso tudo.

à medida que as entranhas plastificam as vontades,
a epiderme envelhece.
só quando as entranhas transcendem,
uma criança nasce.


Ana Claudia Abrantes

3 comentários:

Moisés A.ves! disse...

professora!!!
vc escreve bem d+++
se puder,coloka num jornal
tenhu certeza de que vão gostar!

Ana Claudia disse...

Ah! Obrigada, Moisés!
Deixa quieto...

Roberta Saavedra disse...

"na epiderme, os perfumes e os cheiros sem banho.
nas entranhas, a memória disso tudo."
mas que sensibilidade a sua.