segunda-feira, 7 de junho de 2010

quatro tempos

I

grade
dia lindo lá fora,
mas estranho
não conseguirmos sair.


II

para não morrer
para não virar as costas
para não perder
a validade da alma
é que estendemos a mão
em carne viva.


III

eclipse.
útero inútil.
brilhar para sempre
atrás,
por sob,
até
que suba
o pano, a cortina,
a terra, a vida inteira.


IV

entrada
não pise aí, não
porque as pegadas
vão manchar
o inferno.


Ana Claudia Abrantes

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