sábado, 11 de julho de 2009

Resposta

Solta a minha mão, já que não tens juras. Já vai tarde, foi demais, mas vá embora. Estás aí com o atraso das folhas e eu já tenho a minha roupa amarelando no varal. Pois as folhas já caíram e é melhor morrer o corpo do que deixar passar o tempo da alma. Aliás, nem sempre é tempo de caqui, não é mais tempo. Não vamos poder chupar com gosto vermelho as nossas queixas. Está na época da poda, meu amor. E é preciso cortar os galhos velhos que farão sombra nos novos.



Ana Claudia Abrantes

8 comentários:

Tito disse...

!!!

Ana Claudia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fabrício disse...

Adorei a resposta! Nada como diálogo poético. Beijos pra ti!

Viviane Veiga Távora disse...

Ana, obrigada por visitar meu varal... sinta-se em casa. Por aqui eu já estou me sentindo assim.
Beijos!!
Vivi

Ana Claudia disse...

Volte sempre, Vivi. Vou tentar deixar algumas peças penduradas pra você também! Sejamos bem-vindas!

Anônimo disse...

E é preciso cortar os galhos velhos que farão sombra nos novos...

(...)

Roberta Saavedra disse...

"Pois as folhas já caíram e é melhor morrer o corpo do que deixar passar o tempo da alma. [...]E é preciso cortar os galhos velhos que farão sombra nos novos."
isso me lembra um pouco renovação, não sei se você quis dizer isso, mas talvez signifique a mutação necessária das mentes, coisas, pensamentos...não dá pra prosseguir vivendo sem mudar, nem que seja por instantes - e pra isso as vezes é preciso cortar os galhos velhos, para que não se sobreponham aos novos.

Ana Claudia disse...

Sim, Roberta. Alma também estraga quando seu tempo passa, alma resseca se não é colhida. Uma das coisas aqui é renovação, sim.