terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Passo de mestre


Um dia é hoje, amanhã é depois. Um dia também pode ser futuro e depois pode não dar tempo. Tarde nem sempre é. Para o amor existe o sempre. E o nunca. Amor que nunca morre se transforma em amizade, ou chuva. Contra a vidraça eu boto. O meu nariz. E vejo os pingos escorrendo junto à minha. Coriza. Meus olhos hoje estão molhados. Ano que vem, cansados. Mês que vem estarei. De férias. Semana que vem recupero. As notas. Só mais um dezembrinho e então. Eu passo.

Ana Claudia Abrantes
09 de dezembro de 2008
19 horas e 8 minutos
É Fernando Pessoa quem me inspira essa, ele que nunca conheceu “quem tivesse levado porrada".

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