Solta a minha mão, já que não tens juras. Já vai tarde, foi demais, mas vá embora. Estás aí com o atraso das folhas e eu já tenho a minha roupa amarelando no varal. Pois as folhas já caíram e é melhor morrer o corpo do que deixar passar o tempo da alma. Aliás, nem sempre é tempo de caqui, não é mais tempo. Não vamos poder chupar com gosto vermelho as nossas queixas. Está na época da poda, meu amor. E é preciso cortar os galhos velhos que farão sombra nos novos.
Ana Claudia Abrantes
8 comentários:
!!!
Adorei a resposta! Nada como diálogo poético. Beijos pra ti!
Ana, obrigada por visitar meu varal... sinta-se em casa. Por aqui eu já estou me sentindo assim.
Beijos!!
Vivi
Volte sempre, Vivi. Vou tentar deixar algumas peças penduradas pra você também! Sejamos bem-vindas!
E é preciso cortar os galhos velhos que farão sombra nos novos...
(...)
"Pois as folhas já caíram e é melhor morrer o corpo do que deixar passar o tempo da alma. [...]E é preciso cortar os galhos velhos que farão sombra nos novos."
isso me lembra um pouco renovação, não sei se você quis dizer isso, mas talvez signifique a mutação necessária das mentes, coisas, pensamentos...não dá pra prosseguir vivendo sem mudar, nem que seja por instantes - e pra isso as vezes é preciso cortar os galhos velhos, para que não se sobreponham aos novos.
Sim, Roberta. Alma também estraga quando seu tempo passa, alma resseca se não é colhida. Uma das coisas aqui é renovação, sim.
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