A água do rio correndo vai escorrendo a copa das árvores.
Mas lá no alto as copas continuam ilhadas diante das margens.
É que as árvores não são águas e vão velozes,
mas para o mesmo lugar de onde saem.
E elas nem sempre desenraizam, só ficam instáveis.
No espelho caudaloso, as árvores
são quase pastosas.
Na cascata célere, as árvores
saltitam.
Geralmente as copas não partem, são porto
para homens e pássaros.
Até que o rio espelho bota corpo
na tempestade
e reflete, fluvial, o movimento secreto
dentro delas.
Ana Claudia Abrantes
Um comentário:
parece um quadro em movimento!
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