Há testemunhas para crimes. O lado esquerdo da cama vazio e nunca mais um lado molhado dele. A toalha agora sempre no mesmo lugar. A cortina queimada do cigarro e os nomes do casal em todos os CDs.
Ou menos que isso, vestígios: uma brisa correndo entre a janela e o basculante sempre às cinco e quinze antes de ela chegar. O cachorro que se ergue às cinco e vinte e ainda espera que a porta... E as begônias secas há um mês e a empregada que não canta mais e a janela fechada, a cortina fechada, transpondo a noite para o quarto às três da tarde.
E tudo que espera é testemunha de um crime. Anunciado. Postergado. Consumado.
Ana Claudia Abrantes
6 comentários:
Puxa! Casal estranho! Bom texto. Que ótimo que vc não escreve textos grandes! Bj
oi ana
obrigada pela visita e pelo elogio! Estou seguindo o seu blog, o título é ótimo! Siga o meu tb, só tem a soulsista fabiana lá... snif! (rs rs) UM BJOOOO ANDREA
Ahaha! Um elogio aos nano-contos ou um agradecimento por não precisar ler por muito tempo a estranha literatura nanica...
De qq forma,vale o diálogo, palhaço triste.
Gostei, mas não percebi por que é para mim... ou é para outro Nilson?
Beijinhos.
Oi, Nilson!
A resposta é simples. Seu brevíssimo comentário sobre "pedido" me fez escrever um texto explicativo, que não explica. Relação entre amor e crime, amor e vítima, essas coisas. Um comentário que gerou um texto. É isso.
Beijo!
E agora feliz Ano Novo também.
Agorea percebi... obrigado.
Beijo.
Postar um comentário