Ela esticará uma esteira de palha mofada em um quarto à meia-luz. Um incenso de noz-moscada anafrodisíaco queimando na janela. Ao lado da esteira, uma estátua de Shiva que ela chama de Jesus. E na chaleira, o mais novo chá oriental de gengibre e alfafa. Escolherá sua melhor lingerie de Friburgo, mas não sem antes besuntar os grandes lábios com hidratante de morango e champanhe. Até ficarem vermelhos como rubis muito caros: uma chave de pernas e de faro para velhos jogos de corpo e coração.
E, depois de tudo,
A luz do meio-dia será clara demais.
E, depois de tudo,
A luz do meio-dia será clara demais.
Ana Claudia Abrantes
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