segunda-feira, 10 de setembro de 2007

liquefeita


mulher é algo que um dia vaza.

conquista os subterrâneos como infiltração de séculos,

escorrendo até onde o silêncio é mais agudo.

com úteros que abrigam mãos em concha

elas também se protegem côncavas, e às vezes explodem,

recebendo o universo.

porque tudo o que é feminino ressuscita,

e uma flor, antes de nascer, também fica em casulo.


Ana Claudia Abrantes

Nenhum comentário: