terça-feira, 28 de agosto de 2007

belvedere

belvedere é belo

vide o reverso do mergulho do estar de pé

olhando o mergulho que se queria dar na paisagem.

belo é ver o céu que se prolonga no horizonte

e que escorre até a copa das árvores.

belvedere é o caldo, a pasta, o caudaloso rio.

belvedere é sempre um convite ao suicídio.

e de intenso hipnotiza os olhos,

paralisando a voz ativa do ego.

única beleza toda que não se possui nem se alcança

porque, ao se alcançar, desmancha-se

em parte solta e insossa.

belvedere só o é assim:

intangível e muito ele próprio

panorama de si.

existência indenpendente

como deveria poder ser toda beleza.

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