(Em resposta a uma simpática interlocução no meu Orkut)
Como vou explicar aquilo que é minha melhor expressão nesse mundo? Sim, na minha opinião. Qualquer um que me vir, tentando esclarecer o que me vai por dentro, qualquer amor, amigo, amiga que já me viu tentando explicar o que me é mais caro já notou: eu não sei, Patrícia.
Gaguejar, titubear, achar engraçado, temer, chorar é pouco. Falar num campo minado então, vai dar merda. Aí não tem jeito, melhor vestir a roupa asséptica do distanciamento, do senso comum para a voz não sair embargada e acabar obliterando as idéias.
As palavras escritas não me escondem, não. Elas me revelam. Selvagem eu sou é por dentro. Muitos dizem que não entendem nada, outros dizem que dá uma coisa... Então confio na entrelinha _ meu demônio pessoal de estimação. Mas sim, a palavra escrita me revela a mim antes de a quaisquer outros. Saquei, escrevendo, o quanto eu gostava do Jacques; confirmei, numa explosão, que eu amo minha amiga de infância, a Carla.
É que a argumentação me prende muito sabe. Argumentar é pura vaidade, pura vaidade. A poesia, não. Não falo dos poetas, entende, falo da poesia. E a poesia, essa linguagem simbólica, essa combinação vermelha e úmida de palavras e sons... A poesia que fica trotando no céu da minha boca... A poesia está acima de todas as falácias e também de todas as rimas. A poesia me absolve de mim.
Mas não. Não é verdade que é só pra mim. É que é primeiro pra mim, é diferente. As parcerias que me faltam vêm dessa vida de professora que não me dá folga (sem estereótipos, nem queixas inócuas tá, não estou aqui nem na sala pra isso, blá, blá, blá...). Também sou uma internauta analfabeta, daí que minha poesia fica quase afônica; eu é que não sei lhe dar veículos. E claro que eu gostaria de interagir com outros escritores e leitores, eu sou até simpática... Nas férias (ou na segunda-feira!) eu começo a organizar as parcerias desse blog aqui, prometo.
E aí, eu te dei material para a tese que vai se transformando em algo maior? Se quiser, é só pedir que tem mais aqui.
Um beijo pra ti, e aproveitando a oportunidade, um beijo pra todo mundo...
Ana Claudia
P.S. Qualquer tom mais jocosinho (que palavra legal...) é pura brincadeira. Mesmo.
Ana Claudia Abrantes
Um comentário:
Certamente esse foi o contato mais carinhoso que recebi desde essa minha andança pelo mundo de blogs e sentimentos escritos. Li, reli e vou ler outras tantas vezes os posts que me atrevi a dizer que eram só seus, quando na verdade são de quem quiser experimentar. Errei, confesso.
Não sei como agradecer. A minha tese terminou, mas o que está por vir, que é bem maior, me enriquece a cada dia. Ando flutuando lendo pessoas que não conheço, mas que consigo detectar sentimentos.
Voltarei. Quero conversar mais com vc. E se não for abuso, saber o que vc costuma ler. Nesse meu trabalho, relaciono coisas como essa. Se vc lê outros blogs, quais acompanha, quais os escritores preferidos.
Mas isso é coisa que iremos conversar aos poucos. Obrigada.
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