quarta-feira, 28 de maio de 2008

o corpo de um poema (ou rimas no corpo II)

na pele da linguagem tangendo um poema
emprestando a pele do corpo a versos caros
pele e papel penugem - membrana e lousa
arrepiando-se ao toque de uma pena

do mais raro pergaminho o verso livre e branco,
abrindo as pernas como se abre livro novo,
cresce sem medida na oficina

esfregar papel e corpo, tinta fresca e pele úmida
lítero-sensório exercício clínico
daquele que se cura e se curva na poesia



Ana Claudia Abrantes

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